Far way...

Desceu as escadas da saudade, já era noite. A lua iluminava a cidade, iluminava  cada pegada que foi deixada na areia do tempo.
Ouviu o cantar dos grilos, o silêncio das palavras perpetuavam naquele instante.
Não conseguiu gritar como outras vezes que estava em cima do penhasco. Só restou aquela dor no peito.
Antes de sair, ensaio sua ultima canção na frente do espelho, olhou seus olhos tristes e lembrou: - como fui feliz um dia, hoje apenas saudade.
Seguiu em frente, chegou no mar e se jogou na água. Apenas uma coruja acompanhou seu pulo, não tinha mais palavras e desapareceu no infinito.
Na manhã seguinte, nada mais restou, só lembranças daquele saudade que se foi.
Não deixou poemas, apenas um bilhete dizendo: - espero que não me esqueça, estarei sempre ao seu lado, meu amor.

Passou um anjo por aqui...

Hoje senti um cheiro tão gostoso no ar, como se invadisse o ambiente preenchendo todo o espaço com aquele aroma maravilhoso, vindo não sei de onde, não sei de quem, mas mexeu comigo.
Parecia algo encantador, como uma sensação alegre de coisa boa, de pensamentos felizes, o coração sentiu-se tão leve e cheio de amor, um doce encanto que ficou no ar.
Procurei por instantes de onde exalava esse perfume e não tinha explicação, apenas aquele sentir, aquele sorrir, e aquela suave maravilha.
Algo natural, ou sobrenatural? Não sei, mas foi indescrevível como aquela vibe de coisas felizes, sutis lembranças me fizeram hoje uma nova pessoa, algo que somente se sentir novamente saberei o porque, como e onde ficar extasiada daquele aroma sublime e inovador.
Foi um anjo? Foi Deus? Foi alguém?  Foi você? ... não sei mensurar a profundidade do aroma, mas sua presença marcou bem mais que uma tatuagem no corpo.

Por isso ás vezes bate aquele medo...

Meu dia passou, e tudo o que eu imagina, esperava,... também.
Todos os dias podem ser iguais em vários aspectos de uma vida, o que faz ser diferente é os pequenos detalhes que vivenciamos, aqueles que nos alegram ou nos entristece.
Sei que o aniversário para muitos não é uma data especial, mas acredite, para minha pessoa ele é.
É o dia que me sinto mais sensível ao longo do ano, o dia que eu mais me sinto alegre também, o dia que eu mais penso na vida, analisando os protocolos e digerindo cada instante.
Só que uma mente que se expande nunca mais volta ao seu tamanho original, certo? Uma alma que se liberta do físico nunca mais se encaixa no mesmo corpo. E entre a saudade do que não foi vivido e a inquietude de uma alma livre... Bom, eu fico com a segunda opção.

Só por hoje...

Hoje eu só queria não respirar mais, não abrir mais os olhos quando acordar.

Só por hoje, queria estar em outro plano olhando a paisagem e não ter que chorar por estar aqui.

Hoje eu queria não ter pedras sendo jogadas na minha cara, nem sangue tirado das minhas veias.

Só por hoje, eu queria ter aquela paz de um dia tranquilo, sem mágoas e nem palavras ásperas.

Hoje eu queria não precisar ter algumas recordações e me sentir morrer.

Só por hoje, eu queria poder rir das desgraças da vida, sem ver a escuridão por entre as palavras.

Hoje eu só queria estar feliz, mesmo não estando.
Hoje eu só queria um abraço forte e um afago na alma.
Hoje eu só queria permanecer no aconchego de um cafuné.
Hoje eu só queria sentir-se amada.

Tão forte e tão perto.

Aquele lindo dia que te vi naquela tarde ensolarada, entre as grandes árvores. Continua vivo em cada instante, na melhor forma de lembrar de você, meu doce amor.
Em meio a bilhões de pessoas eu escolhi você e escolheria outras mil vezes para estar ao meu lado, voando no mesmo balão mágico, super fantástico...
No alto da colina eu vi o sinal do amor brilhando em seus olhos castanhos, sua boca vermelha me chamando pelo nome.
Tão lindo e tão forte você chegou e nunca mais partiu. Sem pressa, sem esperar o sol nascer e a noite chegar.
Imprevisível e definitivo como o ar que respiro. A bateria da sobrevivência, da alegria, do canto dos pássaros e do meu sorriso.
Presente, distante, lindo e amável. Assim, sem menos e nem mais, apenas você.
Amor...

Um sopro de vida!

Quando um passarinho pousou no meu ombro, pensei que ele era verde e iria cantar uma bela canção. Mas, pelo contrário ele não era de muitas palavras, possui características belas, porém não tinha sentimentos, muito menos sua cor era verde, quando a chuva caiu sobre ele, percebi que era preto.

Quando uma pétala de um dente de leão voou sobre minha cabeça, pensei que carregaria uma bela alegria, um pedido realizado, porém percebi que era apenas um pingo de chuva juntamente com uma tempestade que veio logo depois.

Quando ouvi uma declamação de um poema em minha janela acompanhado de uma orquestra, pensei que fosse uma serenata de amor, mas era apenas um grito de socorro de alguém que estava no vale da sombra querendo sair.

Quando senti um doce perfume pelo ar, estonteante e sedutor, pensei que fosse um anjo que estava ao meu lado me abraçando e me confortando, mas o doce perfume deu lugar a um veneno mortal que vinha de uma flor.

Quando vi alguns corações entre as nuvens do céu, pensei que fosse um cupido trazendo um belo amor, mas percebi que era apenas um pouco de dor que caía sobre o chão.

Quando acreditei que existe amor no mundo, me surpreendo com essa mentira, contada como um conto de fadas enquanto colocam as crianças para dormir.