quinta-feira, 30 de julho de 2015

O tempo é só meu.


Ele não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos, mas que tenho estado quieta, calada, concentrada numa vida prática e sem aquela necessidade toda de ser amada.

Ele não sabe quantos livros pude ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos. Ele não sabe que a cada dia eu penso menos nele, mas que conservo alguma curiosidade em saber se o seu coração está mais tranqüilo, se seu cabelo mudou, se o seu olhar continua inquieto.

Ele nem imagina quanta coisa pude planejar durante esses dias todos e como me isolei pra tentar organizar todos os meus projetos. Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa. Que tenho sentido mais sono e ainda assim, dormido pouco. Que tenho escrito mais no meu caderno de sonhos. Que aqui faz tanto frio, ele não sabe por mim.

Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre. Ele não sabe que eu entendi que se eu resolver a minha dor, ainda assim, poderei criar através da dor alheia sem precisar sofrer junto pra conceber um poema de cura.

Hoje foi um dia em que percebi quanta coisa em mim mudou e ele não sabe sobre nada disso. Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia: ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria.



quinta-feira, 23 de julho de 2015

Um dia você vai morrer.



Vou te contar uma coisa muito importante.
Preste bastante atenção no que vou lhe dizer.
Você pode ter se esquecido disso,
Mas um dia, inevitavelmente, você vai morrer…
Muitas pessoas vivem como se a morte nunca fosse chegar,
Como se sua vida fosse eterna, como se tudo a sua volta fosse sempre permanecer intocado.
Mas não, um dia tudo vai embora e você vai morrer.
Um dia você perderá seu corpo físico e tudo de material que você tem.
Um dia suas posses serão tragadas pela terra, seus animais perecerão,
Sua casa cairá, seus móveis serão destruídos, seus familiares vão embora,
Seus dogmas religiosos vão a falência, suas crenças o abandonarão,
Seu canteirinho não será mais seu: tudo o que um dia fez parte de ti desaparecerá.
Assim vemos o quanto tudo é passageiro, tudo é fugaz e supérfluo nesse mundo.
Quando chegar o momento derradeiro, quando você se despedir deste mundo,
Você vai se perguntar três coisas:
O que eu fiz de bom? O que posso levar daqui? Quem sou eu lá no fundo?
Que respostas você daria? Fez algo de bom? Deixou uma boa obra?
O que vai levar da vida humana que seja imperecível?
E quem é você lá no mais fundo e essencial de si mesmo?
Não viva como se nunca fosse morrer.
Aceite que a morte vem para todos, e que tudo o que você é nesse mundo um dia acaba.
Aceite a morte como parte da vida, e não perca seu tempo com futilidades.
Entenda que esse mundo é de aparências e um dia o véu cairá.
Entenda que os sonhos, os desejos, os anseios humanos, as ilusões, as lutas desse mundo,
A correria, a pressa, a tensão, as disputas, tudo isso perde o sentido.
Lutamos tanto para tudo um dia se esgotar.
Para que tudo isso? Vale a pena o desespero de querer tudo para si?
Quem vive apenas por si mesmo, sofre muito na hora da morte e depois dela.
O sofrimento se instala quando conferimos um valor de permanência a algo que nunca foi real.
Mas lembre-se: quanto menos buscamos o ilusório e mais bem fizemos no mundo,
Mais paz teremos no plano espiritual.
Por outro lado, quanto mais você busca tudo somente para si mesmo, mais você morre a cada dia.
Quem vive pelo bem, pelo amor, pela paz, por Deus, esse morre bem para o humano que foi,
E renasce no eterno que foi, é e sempre será...


quarta-feira, 22 de julho de 2015

Devemos tentar ser autênticos...

“Eu já não aguento mais algumas coisas, não porque me tornei arrogante, mas simplesmente porque cheguei a um ponto em minha vida onde não quero desperdiçar mais tempo com o que me desagrada ou machuca.
Não tenho paciência para o cinismo, críticas excessivas e exigências de qualquer tipo. Eu perdi a vontade de agradar a quem não gosta de mim, amar quem não me ama e sorrir para aqueles que não querem sorrir para mim.
Eu não dedicarei um minuto sequer a quem mente para mim ou quer me manipular. Decidi não viver mais com fingimento, hipocrisia, desonestidade e elogios baratos. Não tolero erudição seletiva e arrogância acadêmica.
Não vou mais me misturar com a multidão ou a máfia. Eu odeio conflitos e comparações. Acredito em um mundo diverso e por isso evito as pessoas de caráter rígido e inflexível.
Na amizade eu não gosto da falta de lealdade e traição. Não me dou nada de bem com quem não sabe elogiar ou incentivar. Os exageros me entediam e tenho dificuldade em aceitar quem não gosta de animais. E acima de tudo já não tenho qualquer paciência para aqueles que não a merecem …”

Há certas fases em nossas vidas em que fingir ser aceito socialmente começa a perder o sentido. Sorrir quando não queremos, tentar ser apreciado por todos e ser perfeito é bastante cansativo, além de desesperador.
Nem tudo está bem e nem sempre estamos confortáveis, mas parece que somos obrigados a sermos pessoas alegres, felizes e tolerantes a tudo e a todo momento. Fingir é doloroso, e já é tempo de percebermos.
Nós muitas vezes fingimos que está tudo bem, mesmo quando realmente não temos nenhuma razão para estarmos felizes e contentes. Há circunstâncias complicadas que exigem emoções negativas como tristeza ou raiva.
O fato de serem negativas não significa que não são saudáveis. Ou seja, não é normal sentir tristeza quando quebraram seu coração, ou quando um ente querido adoece?
Não há nada mais doloroso do que tentar fingir estar bem quando alguma coisa está te prejudicando no interior. Isso acaba se voltando contra nós, nos colocando em uma espiral que nos absorve e aperta nossas almas.

Nossas emoções acabam centrifugando-se, se tornando enrugadas e cheias de prejuízos. Não nos damos conta de que estão nos envenenando e nos fazendo sentirmo-nos fracos, porque não apenas vivemos “enganando” os demais, mas também a nós mesmos.
Por esta razão, é necessário nos livrarmos da obrigação de estarmos sempre perfeitos e prontos, e começarmos a nos mostrar como somos. Porque, embora seja possível enganar o resto, você não pode enganar sua consciência.
“Fingir ser o que não somos apenas nos causa desconforto e até mesmo doenças como depressão, ansiedade, fadiga, lentidão, falta de esperança, insônia, irritabilidade …”
Devemos tentar ser autênticos e mostrar-nos como somos em todos os momentos; da mesma forma, é importante nos permitirmos cometer erros e não termos vergonha de nosso passado.
Se enfrentarmos tudo isso, vamos nos tratar melhor e poderemos reinventar nossas vidas. Porque ela não exige que sejamos perfeitos, mas felizes, e para conseguirmos, temos de aceitar nossas luzes e nossas sombras.
A lição mais importante da nossa vida é conhecermos, aceitarmos e amarmos a nós mesmos, mesmo que isso signifique que tenhamos de desaprender muitas coisas e abandonarmos crenças e manipulações às quais nos submetemos durante tantos anos …
Abra os olhos e se atreva a olhar para a sua vida sem anestesia …


terça-feira, 21 de julho de 2015

Não sou mais eu...


Não entendo como e quando me tornei assim...

Se foi em meios a tantas sofrimentos que tive a obrigação de enfrentar, ser forte o tempo todo, estar de pé, erguida, cabeça no alto, sorrindo enquanto por dentro estava aos pedaços. Passei, suspirei, chorei sozinha, mas mantive aquela dignidade de não dar o braço a torcer, pois era o exemplo, eu era e sou.

Então a sociedade cresceu em meios a carência de carinho, ou a falta dele, a busca constante de atenção 24 horas por dia, 7 dias da semana, 365 dias por ano. E onde fica a individualidade do outro ser? Onde fica a liberdade de expressão? E onde existe a vida própria?

Vivemos em um local capitalizado pelo materialismo, pela busca de igualdade social, quando mantemos a manipulação de outras pessoas para usufruir apenas do próprio espelho.
E aonde ficou os Hobbies, o lazer, a vida íntima, aquela paz que se perdeu? Nem pra ir no banheiro se tem privacidade, para comer, temos que estar em constante interação com a vida digital, robótica que não nos deixa viver, sonhar, dormir... e os abraços cada vez mais distante.

E se eu contar que a tempos gostava daquela música pacata do Legião Urbana, mas que trazia uma paz, um momento de reflexão muito bacana para se ter, assim surgiu tantos estilos musicais, sensuais, que acabaram com tudo que se pode chamar de música, e você acredita que o fim do mundo chegou. Agora discordar com alguém sobre estilos virou quase uma guerra.

Não sei quando deixei de respirar, deixei de ser eu mesma, para me tornar algo que não é real, não pensa, não soa mais como legal. Ouvir pessoas carentes dizendo que você se tornou fria, te faz parecer cruel, mas que realmente você não precisa viver a mesma porcaria de vida que ela vive. Pera aí, você não precisa ser igual a todos para ser você!

Se alguém gostar de você com certeza será pelo seu Di- fe-ren-cial, agora te fazer iguais a todas as outras pessoas sem cabeça que apenas passeiam pela rua, não te fará melhor que elas, será uma cópia igual, alienada, que concorda com qualquer coisa que te falam, te mostram, apenas para dizer que está gostando, e está sendo uma boa pessoa. Boa pessoa você deixou de ser, quando se tornou a pior espécie de ser humano, sendo modelado como uma massinha de modelar, que vai perdendo a sua cor a cada situação constrangedora, cada perca de identidade, até por fim se tornar mais um lixo na sociedade, uma boneca inflável que não pensa, não fala, e muito menos existe.

Agora, você que se acha o manipulador dessa sociedade, sinto muito lhe informar, mas você também não tem identidade, pois age como se fosse uma parte diferente, quando na real está sendo igual. Pare, pense fora da caixinha, viva o que é real, viva a realidade de uma conversa frente-a-frente, um abraço demorado, uma gargalhada sincera, e procure entender qual o motivo que fez você voltar ao mundo, estar nessa vida e qual a razão de progredir. Ainda está em suas mãos a mudança.

Porque sobreviver, qualquer um pode, agora ser diferente a minoria consegue, seja parte dessa minoria que se destaca pelo cérebro, coloque esses 3% da consciência para funcionar, antes que ao ego tome por completa, e a morte seja aquele momento de pensar na vida. E aí? Será que vale a pena passar mais uma vez pelo sofrimento? E aquela empatia de ajudar o próximo... a caridade. Busque sem medo, sem dor, quanto mais você se doa para o bem, mas coisas boas acontece, agora só não vale ficar no meio do caminho atrapalhando o tráfego...


quarta-feira, 15 de julho de 2015

Recomeçar...

A cada dia me surpreendo como a vida pode ser incrível, e tem o dom de transformar lágrimas em chuva e sorrisos em chocolate.
Como ela tem o dom de te emocionar em uma simples música, em um elogio sincero, e em um belo reencontro, seja aqui, seja ali, seja onde for, tudo se molda, tudo se reorganiza, te impulsiona e enche o céu de estrelas.
Tudo tem aquele encanto, basta ver com outros olhos, a vida sempre te mostra algo bom, algo novo, algo velho disfarçado de novo, de estilo, de festa infantil, com docinhos e palhaçadas, entre risos e palavras, seguimos feliz.
Hoje o estado foi o de um final feliz, com aquele desejo que continue assim...


quinta-feira, 9 de julho de 2015

Parte da gente.



Entrei um trem hoje que não vai para lugar algum, que não me alegra, nem me satisfaz, apenas segue seu caminho.
Encontrei uma flor na estrada, ela estava murcha e sem cor, sem perfume e sem nada que me faça feliz.
Olhei para o céu e ele estava cinza, frio e nenhuma ave apareceu para deixar seu bom dia.
Conversei com uma amiga, e ela não fez nada para me sentir melhor, não me acolheu, não me abraçou, nem lembrou das vezes que eu a fiz sorrir.
Escutei  uma música e ela me fez chorar, não me ajudou a levantar, não me conquistou, mas deixou eu sentar em um canto e chorar.
Suas palavras invadiram e me acalmaram, meu coração ainda dói mas a dor está passando.
E o Trem seguiu seu caminho, desviou de alguns abismos, acolheu algumas pessoas, deixou outras e continuou sendo o mesmo.
Procurei a beleza na natureza e não pude enxergar nada além de um frio congelante, nenhum sinal de vida, nem alegria, nem ninguém.
Tentei descer do trem e pegar um ônibus menor, mais pessoas, menos frio, menos triste, mas consegui não encontrar, ele já tinha passado e o próximo demoraria mais uma vida inteira para voltar.
Sentei em um banco, encostei minha cabeça sobre os joelhos e adormeci em um sonho lindo, irreal, cheio de fantasia e muita alegria, pude então ser feliz. Cantei, pulei e me diverti como ninguém, mas quando acordei estava sozinha novamente, e agora na escuridão da noite.
Lembrei das vezes que estive em paz, fiz uma oração e esperei o próximo ônibus passar, mesmo que demore, mesmo que seja a vida inteira.



segunda-feira, 6 de julho de 2015

The One...



O fato é... Cada um de nós é a soma dos momentos que já tivemos. E de todas as pessoas que já conhecemos. E são esses momentos que se tornam nossa história.


sábado, 4 de julho de 2015

Quando foi que isso aconteceu?



Andar pelas ruas, admirar a natureza, ver pessoas passando, conversando, rindo, se abraçando. Pessoas lindas, e aquelas sem tanta beleza, algumas te dão "Oi", outras te olham, sorri, ou te dão as mãos. Pessoas de todos os tipos, tamanhos, algumas amigas, outras nem tanto, algumas te amam, outras te olham de canto, algumas querem puxar assunto, outras passam como o vento.
Pessoas, tantas maneiras de se aproximar delas e muitas para não estar perto, algumas tem corpos esculturais, cabelos grandes, olhos azuis, castanhos e pretos. Algumas você vê todos os dias, outras só de vista, de passagem, em dias claros, noites escuras, na festa da namorada, na casa de uma amiga, no barzinho bebendo sem pensar, na escola descabelada, no trabalho em um clima tenso, na rede social onde a beleza agrada aos olhos mas não a realidade, aquele momento que você passou no mercado comprar um chocolate para sua Tpm. E elas vêem e te encanta, alguns segundos, alguns minutos ou a vida inteira.
Pessoas que passam e ficam, que misturam alegria com entusiamo, paciência com amor, tempestade em copo d´água com abobrinha comestível, um furacão avassalador, que tira tudo, até a dor.
Pessoas de cores infinitas, roupas elegantes, sapatos marcados, e perfumes inesquecíveis. Que te arrancam suspiros, arrancam até a alma e depois te devolve de presente com um gostinho de quero mais. Que te moldam, te nostalgia, te mostram uma realidade e um caminho.
Pessoas que te buscam, te levam, te carregam, te dão um beijo, um afago um abraço apertado, na rua de baixo, na rua de cima, na esquina daquela rua que vai para algum lugar distante, no cinema, na cama, no velório do seu pai e diz: "Tudo ficará bem". Aquelas que você não sabe se um dia vai ver de novo, se vai escutar aquela voz aveludada, ou aquele passo que te leva para o paraíso.
Pessoas que merecem respeito, merecem carinho e até o seu repúdio, pessoas que de longe você já ouviu falar, que não sabe o nome, nem a data de nascimento, que mesclam Mpb com forró, aquela mistura de mel com limão, te joga para o alto e te deixa cair no chão.
São essas as pessoas que você encontra todos os dias, algumas você vai querer congelar em um potinho para ver mais tarde, e outras você nem lembrará daquela tattoo que ela tinha no ombro esquerdo. E Como era mesmo o nome dela?
E com algumas você sussurra baixinho, te vejo outro dia, em um dia qualquer, quando a saudade bater, e seu telefone chamar, pode ser eu, ou poderia ser nós.