terça-feira, 30 de junho de 2015

O Passado é um prólogo.

Encosto minha cabeça sobre a mesa e deixo vagar meu pensamento longe...
E começa aquele emaranhado de fios soltos sem um ponto final, aquela bola que preciso desenrolar e acertar cada caminho a seguir.
Alguns fios me trazem lembranças felizes, algo incrível e feliz que me vejo sorrindo, admirando aquela linda lembrança. Outros fios me trazem uma nostalgia enorme, uma dor que sufoca, uma escuridão profunda, então eu acendo uma lanterna para resgatar algumas coisas que deixei perdida nessa escuridão toda. Pego e as saio, como quem sai de um túnel e encontra a luz brilhante.
Assim é a vida... um amontoado de coisas que nos faz ser quem somos, algumas boas, e outras ruins, mas que sempre nos ensinou algo. Um passado que se vai deixando para trás, para correr o risco das novas descobertas, novas experiências e novos sorrisos.
Dizemos sim para o novo dia, concertamos o que deve ser concertado e deixamos de lado o que não nos acrescenta nada, além de um espinho qualquer, que pisamos em um descuido e nos sangrou.
Observar aquela imensa paisagem, desvendar alguns tantos mistérios, encarar olhares, sorrir belos sorrisos e deixar o vento balançar os cabelos...
Nesse emaranhado de fios, tem aquele fio especial, aquele fio vermelho, que nos une a algumas pessoas e que nos permite ser apenas nós. Sem constrangimento, sem pudor, sem retaliações, e apenas ser quem somos, quem fomos e quem seremos. Nos ajudam, nos encanta e nos cativa.
E nesse viajem toda, o mais importante será  voltar o rosto sempre na direção do sol, e então as sombras ficarão pra trás.


terça-feira, 23 de junho de 2015

Amar não é fácil.

É fácil amar quem não erra. É fácil amar quando não é preciso se desculpar ou aceitar desculpas - quando não é preciso perdoar ou ser perdoado. É fácil amar o perfeito (ou a ilusão da perfeição). É fácil amar quando não há imprevistos no meio do caminho, quando o outro supre todas as necessidades que deixamos explícitas e principalmente aquelas que contamos nas entrelinhas. É fácil amar quando há concordância em gênero, número, grau e programação de televisão, quando não há contas em atraso nem o medo que elas possam atrasar. É fácil amar quando a saúde e a conta bancária estão em dia – bem alinhadas e sobrando. É fácil amar quando só há o belo, o arrumado – quando as unhas estão feitas e os cabelos aparados. É fácil amar quando só há sorrisos e todas as lembranças acumuladas durante o romance são boas.
O amor se fortalece e prova ser amor quando se torna difícil! E o amor se torna difícil no dia a dia, na intimidade e na convivência. Alguns mais, alguns menos – mas em sua grande maioria, difícil. Difícil porque o outro é ‘outro’, não pensa e não age como nós e apesar de ser algo tão óbvio, é complicado entender e absorver esta diferença. Difícil também porque o outro carrega pesos, medos e principalmente vivências que são anteriores a nossa presença, assim como nós carregamos as mesmas coisas, mas diferentes.
Somos únicos em nossos aceites e recusas, em nossa criação e crenças, necessidades, urgências e esperas. Os sentimentos não são iguais em uma relação. Nunca serão! Alguns são tempestade à noite, outros são chuva de verão. Alguns são inteiros, outros são metades e há aqueles que são 80% - tentando ser 100%. Os pesos são diferentes, as balanças têm calibres diversos e precisam ser aferidas constantemente.
Fica difícil amar quando somos contrariados em nossos quereres, em nossas certezas, em nossa pressa ou calma de viver. Quem é 'pressa', quer pontuar e definir. Quem é 'calma', não se importa em esperar. Nestes extremos, tudo vira ponto nevrálgico e não é preciso ser uma definição importantíssima como a data do casamento ou da viagem à praia para o nervo latejar: Quem tem pressa em definir o local do jantar para poder se programar – por exemplo, incomoda aquele que quer pensar durante o dia, verificar todas as possibilidades, os menus e confirmar se tem estacionamento no local. Por sua vez, este incomoda quem quer definir e passar para o próximo estágio da programação.
Não, o amor definitivamente não é fácil, mas a questão é que as pessoas estão desistindo umas das outras com muita rapidez. É preciso entender que o amor só se edifica nas dificuldades, na persistência do amar – mesmo 'quê'. É preciso fé no amor.
O amor verdadeiro se senta na sala (nem sempre em silêncio) e espera o outro se entender com seus conflitos internos, medos, ausências alimentadas durante toda uma vida e tantas outras coisinhas miúdas e gigantescas que nos fazem ser humano. O amor atravessa a pior tempestade de mãos dadas. Olha com olhos atentos o outro encharcado, sujo de lama, querendo soltar as mãos e se esconder debaixo de uma marquise qualquer, de um passado qualquer, de uma desculpa qualquer – mas não solta o outro de forma alguma. Conversa, explica, fica disponível para se encharcar também, se enlamear tanto quanto, suporta o desejo de fuga, a ausência enlouquecedora – mas quando a chuva diminui é este amor, fortalecido como rocha – que o outro vai encontrar. Um amor incontestável que já passou por todos os estágios: a fase da paixão, das unhas sempre feitas, da falta da necessidade de se desculpar e desculpar o outro, da concordância de tudo, dos sorrisos e do passado só de boas lembranças. Este amor já apanhou e bateu (nunca literalmente), já se desculpou e foi desculpado, já machucou os dedos batendo na porta que não abriu, já se apresentou com as unhas lascadas, já esteve com a conta bancária no negativo, já se encharcou na chuva misturando água com lágrimas, secou suas roupas no corpo, já ficou só em noites intermináveis, já teve centenas de vontades não saciadas e sobreviveu. Não intacto, mas vivo.
Amar não é fácil, nem sempre é branco, nem sempre é doce, nem sempre é sorriso! Nunca será! Nunca! Mas quando o amor conhece o melhor e o pior lado de uma pessoa, os seus encantos e desencantos, certezas e incertezas, presenças e ausências e ainda assim permanece vivo – mesmo que não tão limpo – não tenhamos dúvidas que o melhor amor foi encontrado. Não o perfeito, não o isento de indisposições, não o que estará sempre pronto para uma caminhada às 9 horas de um domingo, mas talvez o único que sempre estará, aquele feito sob medida para suportar o nosso lado certo e também o nosso avesso.
O desafio é reconhecer o amor mesmo em dias de silêncio – quando não há pistas do que se passa dentro do outro, quando até respirar parece não provocar movimento.
É preciso estar disposto, atento e se manter racional para enxergar com a visão de quem quer ficar. Olhar além da fronteira do abraço conhecido pode dar a sensação de que lá fora é um lugar melhor. A dificuldade está em olhar para dentro e realmente se dispor a ouvir, calar, conversar e permanecer. Só não se engane: Lute pelo amor que vale a luta, se esforce em reconhecê-lo. Não corra o risco de passar seus dias regando flores de plástico.

© obvious



segunda-feira, 22 de junho de 2015

A vida é um soco no estômago.





Sei exatamente como é querer morrer, como doí sorrir, como você tenta se encaixar e não consegue,

Como você se fere por fora, tentando matar o que tem por dentro.

sábado, 20 de junho de 2015

A vida muda, os tempos mudam. Aconteceu.

Hoje eu entendo como tudo chegou a esse ponto onde estou. Hoje eu percebo que alguns laços foram criados e outros rompidos, e alguns estão se desfiando. Hoje eu vejo que as pessoas tem dupla personalidade, que te surpreende a qualquer momento. Hoje eu sinto que cada vez mais o cheiro se vai com o vento. Hoje analiso que tudo que vivemos nos ensina muito, mesmo que cada pedra machuque, podemos construir um castelo com elas depois. Hoje entendo que pessoas podem sim ser substituídas para muitos, porém à mim ainda não pode, quisera que pudesse também. Hoje vejo que algumas pessoas só tem palavras, podre delas que não sabem mais nada além disso. Hoje percebo que não importa o quão bonita você seja, que em algum momento alguém não vai te magoar. Hoje analiso que não importa como você seja amigável, educada, elegante ou mesmo simpática, que será mal interpretada, machucada, e ofendida. Hoje eu sinto que amor não se implora, se não é dado no pouco, nunca será dado de fato. Hoje revejo alguns conceitos e aprimoro outros, pois se não for para mudar o seu ser para melhor, então melhor nem mudar nada. Ser ruim não te faz melhor que ninguém, ao contrário perderá sua alma. Hoje percebo que sinceridade não é para todos, que não posso esperar isso de pessoas vazias e medíocres que só pensam em seu próprio nariz.
Hoje percebo como Deus é bom com todos, independente que quão errada a pessoa seja, Ele sempre dá uma nova chance para que ela repare seu erros, Ele o ama mesmo assim, um amor único e sincero.
Hoje também depois de muitos tropeços, muitas tentativas sei que, se alguém te acha importante, fará você se sentir importante, amada e entendida, pois se não for assim, tudo não passará de mentiras.
E a vida segue seu fluxo... aproveite seu momento, aproveite sua vida, aproveite sua chance, ela poderá ser única.





sexta-feira, 19 de junho de 2015

A gente sonha, e a gente mesmo realiza.

Hoje, sentado na varanda de casa, lembrei de você. E, mesmo não sabendo quem você é ao certo, já sei como você me fazia bem. Meu coração, inundado, pensa em você. Te cria, te imagina em pessoas que me tocam a boca num final de semana qualquer; todos podem ser você.

Não queria ter expectativas, mas, fatalmente, quando olho pela janela as flores sorriem e cantam por tua causa. Talvez elas já saibam quem você é.

Tem dias que eu gostaria do meu coração sem qualquer querer. Mas há muito mais amor por vir, eu sei. Não há outra opção. É só esperar um pouco. Cuidar mais do meu jardim. Sentir as músicas que me rodeiam. Acarinhar quem ainda se faz presente. Me distrair com as coisas simples; elas são o segredo da parte complicada da vida.

Preciso deixar o mundo fazer o papel dele, mesmo que o final seja incerto e desconhecido. Pois, as rosas um dia florescem, e não há motivos nem porquês para isso acontecer. Elas florescem porque tem de florescer, isso é a vida. Nem tudo que é lindo precisa de uma explicação. As coisas simplesmente acontecem.

A gente sonha, e a gente mesmo realiza. A gente ama, e a gente mesmo se deixa ser amado. Não existe limite para o sonho de quem acredita que o mundo conspira a favor de quem, como a gente, tem alma de música.

Logo um novo amor surgirá, e alegrará toda aquela dor que ficou estampada com a partida de um alguém que foi especial. Basta apenas esperar um pouco mais...


quarta-feira, 17 de junho de 2015

Teorias que não passam de teorias.


Hoje eu queria falar de pressa, da urgência que temos das coisas e de culpa – culpa por não querer protelar as emoções. Na verdade, nesse momento, quero me ater ao discurso sobre o amor, ou melhor, à urgência que temos de amar, sem nos preocuparmos com julgamentos. De tanto amar errado, percebi que estamos muito mal acostumados com os padrões. Por exemplo: se conhecemos alguém, e em menos de 24 horas sentimos vontade de casar com essa pessoa, nos culpamos, pois aprendemos que mostrar interesse rápido por alguém nos faz perder o respeito do outro, nos faz parecer franzinos. Se nos encantamos no primeiro encontro, e saímos por aí divulgando isso aos quatro cantos, com um sorriso de fora a fora no rosto, somos precipitados, imaturos, iludidos. E é sempre assim: para a grande maioria, relacionamento só dá certo se um dos dois se faz de difícil. Teorias que não passam de teorias, apenas.

Não tenho tido muita paciência para ficar na fila do “mais do mesmo”. Talvez por isso tenho pedido menos conselhos, lido menos livros de autoajuda e me comparado menos com os outros. Levantei a bandeira, joguei a toalha, entreguei as cartas, saí fora dessa redoma que acha que felicidade é produto, que pode ser fabricada, que tem fórmula pronta – fórmula da indiferença, da cara feia, do nariz empinado.

Queria muito entender porque damos tanta importância ao que os outros pensam. Isso é cultural, eu sei. Vivi assim por anos. O que me intriga é ver essa seita com milhares de seguidores fiéis – milhares de pessoas que deixam de dizer ‘eu te amo’ porque isso só se pode dizer com o passar do tempo. Acho isso tão cruel: abafar felicidade. Acredito piamente que temos mais é que dizer as coisas no momento em que estamos sentindo. Sufocar emoção dói, angustia, nos traz um falso ar de superioridade – eu disse ‘falso ar de superioridade`. Deixar de dizer o que se sente não faz ninguém mais forte. Não existem argumentos para essa defesa. O problema é que pensar assim, sozinho, é complicado. Se o outro não entende e prefere dar valor a quem se faz de difícil, a quem deixa o ‘eu te amo’ entalado por tempos na garganta, é natural que você balance, titubei, chore, perca forças…Mas uma coisa é certa: nada dói mais que mentir pra si mesmo.

(Aurélio Carvalho)


segunda-feira, 15 de junho de 2015

Serenizar a alma

Gosto muito de livros e filmes que retratam recomeços. Deve ser porque lá no fundo a gente esteja sempre recomeçando, mesmo que não perceba. Todos os dias estamos fazendo escolhas, decidindo voltar para casa, para os braços de quem amamos, para a vida que vivemos.
Escolher o mesmo amor todos os dias é um milagre. Porque todo afeto é feito de pessoas. E pessoas são incompletas e imperfeitas _ o amor também. Tem gente que imagina o amor como solução. Não entendeu que amor é construção.
Existe um tempo em que o amor amadurece. Chico Buarque chamou esse tempo de "Tempo da Delicadeza", e definiu lindamente como o "tempo que refaz o que desfez".
Não importa de que matéria é feito seu amor. Você nunca poderá controlar ou evitar que algumas lascas ou rachaduras aconteçam durante o percurso. E quando isso ocorrer, você terá duas opções: partir ou permanecer.
E é nessa hora, no instante em que você decide ficar, que o amor cria raízes. É nessa hora que você entende que entrou no "Tempo da Delicadeza" e terá que refazer o que foi desfeito_ de que forma for.
Ter que escolher talvez diga mais sobre você do que não ter que fazer escolha alguma.
Quando você descobre a razão que te faz permanecer, você começa a decifrar os motivos que te ligam àquela pessoa. Aquilo que faz o amor ser suficiente para você querer voltar para casa todos os dias.
E são essas novas razões que justificam e validam aquelas outras, antigas... pelas quais seu coração se apaixonou. Pois agora você já não enxerga apenas beleza; você percebe os defeitos e tem consciência das lascas.
Então você entende de fato o que são "promessas matrimoniais", muito além de "na alegria e na tristeza até que a morte nos separe".
Permanecer na estabilidade diante das provações do tempo é aceitar o amor como um emaranhado de angústias, intimidade e gentilezas. É compreender a contradição que existe no que gera prazer e dor. É ser paciente com o tempo de esperas, em que o amor atravessa o deserto do tédio e da rotina. É acreditar que ainda há o que se esperar mesmo quando esgotaram-se todas as possibilidades.
É entender que ninguém completa ninguém. O copo que está pela metade permanecerá meio vazio. O amor vem dar sabor, mas não tem vocação de plenitude.
O amor moldado pelo tempo ensina. Mas você tem que se permitir vivenciá-lo.
Tem que serenizar a alma e renovar os votos_ acreditando no tempo que refaz o que desfez...


© obvious.


sábado, 13 de junho de 2015

Me completa assim...

Ele é bem desenhado, das mãos aos calos, dos pés aos princípios, como se tivesse sido feito sob mágica: encomendado e talhado perfeitamente pra mim. Ele é um soneto de amor que durou mais do que as estrofes e veio parar no meu mundo real, escorregando pela boca enquanto eu deixava as palavras caírem até sambar de vez pra dentro de mim. Ele é cheio dos modos desordenados e sempre põe um pé na frente do outro, sempre abraço o mundo com as pernas, sempre anda com o coração na mão e vai ver por isso é que ele é o meu tipo exato.
Você só seria ele se me respondesse as perguntas com aspas, citando o mundo  e me enchendo de referências, me botando de queixo caído por perceber que você sabe tanto (sobre os outros e sobre mim). Só seria ele se me dispusesse num jogo rápido de quem tira a roupa primeiro, de quem acompanha o fôlego num ritmo do chão, de quem arfa no pescoço e sabe mexer nas coxas sem ser invasivo. Você só seria ele se eu te desenhasse com o contorno do batom nos lábios.

Ele é todo esguio e escorregadio, me escapa pelas mãos e para na soleira da porta antes de me dar boa noite. Ele é uma agonia des-per-ce-bi-da que sobe, sobe mais um pouco, sobe até eu mandar parar e fica cutucando a garganta com marcas de mão no pescoço e no cabelo. Ele tinha tudo pra sufocar e não sufoca, me toca, me inspira e respira pra me botar no mundo de novo. Ele é aquela sacada genial que eu tive numa manhã de quinta-feira, é o meu bom humor e pode até falar pro meu chefe que a TPM não veio esse mês por causa dele. Porque ele tem dessas coisas de saber me adoçar mais que chocolate, e saber lidar com meu lado fera sem me dominar. Eu domino e ele sabe, sabe que tá dentro de mim, colado na minha visão panorâmica, palpitando na apreensão do meu peito enquanto eu troco de roupa e pisco pro espelho.
Você só seria ele se o seu romantismo ultrapassado reverberasse nos meus cachos, nos meus lisos, nos meus crespos e na textura da minha pele. Só seria se me contradissesse, me contrapusesse, se fosse do contra e me irritasse. Se me deixasse levar pra me encontrar gargalhando lá no horizonte, no espaço, nos limites de uma cidade qualquer ou no meu carnaval. Meu tipo de garoto me completa assim: com um sonho de Pierrot e um beijo de Arlequim.
No fim das coisas, você só seria ele se me amasse. Se me culpasse, me deixasse pra voltar, me tirasse do tédio, me dissesse as coisas todas que eu nunca espero que sejam ditas. Você só seria o melhor tipo de homem se fosse o meu tipo de garoto, de marasmo, de ventania de verão. E se entendesse que mesmo com turbilhão, calmaria ou primavera, eu vario. E varia também. Varia e não me avalia, varia e me puxa pra dançar.


quinta-feira, 11 de junho de 2015

I will wait for you!


Hoje foi um daqueles dias em que levantar da cama foi um martírio. Só queria poder ter ficado trancado no quarto, olhando pro teto, fazendo o básico pro dia não passar em branco. Tem horas em que todo mundo se sente assim, com vontade de ser intocável, de se resguardar num quarto escuro por horas e horas. Enquanto isso, pipocam mensagens de apoio, de “sai dessa”, de “vamos sair”, de “para de palhaçada” e afins. Por que as pessoas não entendem que não há problema em se sentir triste?
Vejo um movimento em prol da felicidade, do bem estar, de estar sorrindo o tempo todo. É uma motivação nossa querer animar quem a gente gosta quando a pessoa tá pra baixo, como se a gente achasse que estar triste fosse algo penoso que ninguém precisa passar. Eu entendo o lado bom e agradeço, mas me sentir triste faz parte de um processo de renovação que as pessoas não parecem entender.
Quando a gente se sente triste, a gente mergulha mais um pouco na gente. É como se nós tivéssemos tirado o dia pra ficar em silêncio, observar com olhos pesados as coisas, manter o mínimo de contato possível com os universos paralelos dos outros. É um modo de coexistir no mundo – a gente tá ali, mas não tá, tá afundado na gente, repensando e sentindo tudo com mais intensidade. É um processo necessário esse da tristeza: pra se livrar desse sentimento de pesar, nós precisamos senti-lo até que ele se esgote. Digo sempre pros amigos com pós-namoro traumático, ou que foram demitidos, ou que tiveram uma perda pessoal grande que é importante que eles sintam. Sintam, chorem, botem pra fora tudo. Já disse isso antes e repito: a gente não apaga a tristeza, não extingue a angústia, não exila o peso pra fora da gente porque eles são sentimentos cíclicos. Nós os drenamos, e pra isso a gente precisa sentir tudo, como se fosse uma catarse necessária pra botar pra fora.
É por isso que eu ponho óculos escuros e ando em direção ao metrô com a minha playlist de instrumental clássico, que é pra sentir melhor. É por isso que eu fecho a porta do quarto quando chego em casa e apago a luz, respiro fundo e deixo o mundo lá fora. É por isso que eu choro uma, choro duas, sinto o peito pesar pra caramba e deixo isso tudo ir saindo aos poucos de mim, seja através das palavras, do choro, da respiração ofegante, da corrida noturna, do soco no saca de areia ou do sono pesado.
Cada um tem a sua maneira de lidar com a tristeza. A gente deveria entender melhor e respeitar isso. Nem tudo é caricato e você ainda vai ver muita gente triste pulando em festa animada durante a semana, comendo um McDonald’s às 3 da manhã, enchendo a cara na hora do almoço, desligando o Smartphone pra não ter contato com mais ninguém e por aí vai. O importante é descobrir a sua válvula de escape pra sentir tudo, pra se sentir triste e isso não se tornar algo pior. Se a gente não sente, acumula. E tristeza acumulada é uma das piores coisas que se pode sentir, e juntando a saudade de alguém fica mais triste ainda.

(Entretodasascoisas)


terça-feira, 9 de junho de 2015

Ela não é Louca, você que não está apaixonado.

Só a paixão absolve a loucura.

Se não estiver apaixonado, não aceitará que a pessoa ligue 10 vezes ao dia, mande centenas de mensagens simultâneas no Facebook e no WhatsApp, pergunte onde você está e o que anda fazendo, que partilhe música favorita e fique angustiada até aparecer o aviso de que você ouviu.

Entenderá que ela está perseguindo, é uma doente, uma carente, uma histérica, não tem com o que se preocupar. Vai descartar o caso confiando que se livrou de uma roubada.

Mas, se estiver apaixonado, achará tudo adequado e preciso, que ninguém compreendeu sua rapidez antes, compreenderá a insistência como dedicação. Responderá as mensagens no mesmo instante, não deixará nada no vácuo, elogiará as afinidades, dedicará o pior do seu tempo para corresponder às expectativas, e ainda sofrerá de ansiedade diante de qualquer minuto de silêncio jurando que é o fim do relacionamento.

Somos todos loucos hoje em dia. Não há mais ninguém normal. Todos têm traumas, ou perderam um pai ou uma mãe, ou não se dão com a família, ou têm alguma crise de pânico ou um desajuste profissional. Saúde de verdade somente depois de morto, e ninguém voltou para se exibir, com exceção de Jesus, que retornou falando qualquer idioma – até a língua portuguesa – e muito melhor do que realmente estava.

Se você não admite o comportamento alheio, não tem nada a ver com a possível psicopatia do sujeito, é apenas porque não está apaixonado.

A paixão isenta a loucura. O apaixonado é um possuído, um abnegado, extravia a noção da realidade para apressar as fantasias. Não se interessa em conceituar o que é certo ou errado, mas em se aproximar cada vez mais, mesmo que seja necessário transgredir suas leis e hábitos. Não julgará, pois o julgamento é próprio da razão e do discernimento.

Uma festa será a melhor dança da vida. Uma conversa na cozinha será a melhor confissão da vida. Um cinema será o melhor encontro a dois da vida. O sexo no sofá será o mais íntimo da vida.

O banal será sublime. O pouco será muito. O recente será eterno.

O apaixonado superfatura as vivências. Exagera. Extrapola. Transborda. Cobre seus olhos de tarja preta, não lê prontuários médicos, muito menos revisa o passado de sua companhia.

E, quando chegar o amor, após a paixão, não descobrirá o quanto seu par é realmente irritante e insuportável.

Conhecerá uma nova doideira. A doideira da intimidade e da paciência. A doideira dos defeitos e da imperfeição. A doideira da raiva e da desculpa. Não enxergará a implicância incorrigível do seu marido ou de sua esposa. Conhecerá em si um fôlego incansável para brigar e discutir noite adentro, e uma indisposição incomum para acordar na manhã seguinte e logo esquecer as diferenças e mágoas.

Só o amor perdoa a chatice.

(Fabrício Carpinejar)



segunda-feira, 8 de junho de 2015

Foi você quando eu passei...


A verdade é que eu sempre te amei só nunca quis assumir isso tanto pra mim mesma como pra você. Quando eu finalmente criei coragem e disse que gostava muito de você eu não estava apenas querendo dizer que gosto mas sim que amo, amo com todas as minhas forças, amo tanto que seria capaz de qualquer coisa pra viver ao seu lado, seria capaz das maiores loucuras de amor pra te ter comigo. (Acho que algumas já fiz). A única coisa que eu queria era ficar com você e te amar como nunca ninguém amou.

===> Para alguém que talvez nunca irá ler.


sexta-feira, 5 de junho de 2015

Ele não sabe o quanto sinto sua falta.

Em meios aos escombros do que restou, ainda ficou aquela luz brilhante.
Ele não sabe como sinto sua falta, como não apaguei aquela lembrança do seu sorriso, e dos seus olhos em minha direção.
Ele não sabe o quanto lutei para esquecer aquela dor que me tortura, aquela lágrima que escorreu no dia que eu me afastei.
Ele não sabe o quanto sinto sua falta, naquela música que toda vez que toca, faz meu coração disparar, e minha mente viajar.
Ele não sabe o quanto sinto sua falta, em cada dia que acordo e percebo que não tenho mais aquela mensagem de "Bom dia", e de como isso me fazia bem.
Ele não sabe o quanto sinto sua falta, quando vejo alguma foto que ficou, para matar um pouco daquela saudade que nunca acaba.
Ele não sabe o quanto sinto sua falta, naquela abraço apertado, me dizendo :" Porque você é assim?" Acho que a sua loucura se parece um pouco com a minha.
Ele não sabe o quanto sinto sua falta, naquele momento, que penso tanto, mais tanto, que não sei se é uma troca de pensamentos, por que ele não sabe...
Ele não sabe o quanto sinto a sua falta, daquela companhia agradável que rendia horas de conversa sem fim, e o quanto eu adorava ouvir ele falar, de qualquer coisa, só por estar ali...
Ele não sabe o quanto sinto a sua falta, nos momentos de ciúmes loucos, pela falta que ele me faz, me trás, me faz ser o que não sou, me alegra.
Ele não sabe o quanto sinto a sua falta agora, ontem, hoje e amanhã. Por que ainda existe aquele fio vermelho que nós uniu até aqui e mesmo distante jamais irá separar.
Ele não sabe, mas queria que soubesse... Que o amor ainda existe, e que só ele pode me trazer aquela paz, que ninguém mais consegue fazer. E eu sinto muito a sua falta, uma enorme saudade!