terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Alguém que de longe eu deveria ter deixado de lado.

Menininha bonitinha do meu coração, porque deixaste de ser tão bela? Em que filme de terror ficou seu sorriso?
Me mostre quando é que se pode acreditar nas palavras.
Me ensine como afastar tantas pessoas sem caráter pra longe de mim.
Me forneça sua alegria, sua fantasia e me ajude a cantar.
Porque me trouxesse lixo ao invés de flores?
Já percorri florestas em busca de amor, nadei rios em busca de paz... E só vejo o reflexo de esterco que ficou.
Menininha bonitinha do meu coração, me jogue no amor, me tire da dor.
Me alimente de esperanças e ilumine meu caminho...
Não sei como pode estar tão longe... Mas leve aquele que me causa dor.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Aquele momento...



Aquele momento que você se pega pensando na vida, e pensar na vida é a coisa mais dolorosa para se fazer. Você analisa as coisas boas que viveu, as tristezas que passou, porque passou e como passou.
Você viaja em meios a sorrisos sinceros e desesperos confessos. Mergulha em pessoas rasas e volta com a cabeça toda cortada, depois sobe tão alto em um balão, que só sente a brisa e o vento no seu rosto com os braços abertos.
E pensar em todas as vezes que você amou, e desejou não amar mais. Em todas as vezes que você se feriu tanto que desejou morrer de verdade.
Ver que você foi manipulada em situações tão mesquinhas e incompreensíveis. Que o seu melhor sempre esteve ali pra fazer alguém feliz, mas quem foi triste foi você.
Pensar na vida pode ser bom pra acordar pra vida lá fora, mas ao mesmo tempo te machuca tanto, como se aquela ferida cicatrizada sangrasse mais um pouco.
E novamente você diz pra si mesmo "Porque isso aconteceu comigo?" "Porque me deixei permitir!?"
Algo que alguém me disse em uma noite qualquer olhando as estrelas, me fez entender um pouco de como fui boa para quem não merecia meu respeito. Ela me disse:  - Quem te quer bem, nunca fará você se sentir triste!". A bondade é o que diferencia as pessoas, e o quão elas podem estar envolvidas em sua felicidade ou serem meras sangue sugas.
Talvez um dia, se Deus permitir eu consiga voar bem longe e esquecer todas as mágoas, libertar das dores, das correntes que me seguram. Voar e voar... em uma linda manhã de sol ou de chuva, pois onde existe o bem eu quero estar.
Sem nuvens negras sobre minha cabeça, sem mentiras, sem falta de respeito e crueldade.
Quem sabe, só quem sabe...  a coragem está em agir com o coração.


quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Melhor viver, meu bem...

Eu não soube colocar em palavras ditas a saudade que nós reservava. Abraços foram as minhas desculpas e despedidas. As lágrimas que não param de cair sequer foram de tristeza, a felicidade não cabe em meu peito, mas a distância irá nós matar um dia. Sentirei falta das nossas conversas em viagens *prolongadas*. Sentirei falta dos nossos olhares em meio a uma multidão de meros observadores. A dor da ausência de abraços apertados. As primeiras partidas de uma vida que apenas está no começo.



terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Nascemos e morremos sós.

Sobre ideia de que nascemos sós e morremos sós, eu me peguei refletindo sobre o que acontece entre as duas pontas do pavio. No meio de tantos sentimentos, momentos de alegria e tristeza, eu percebi que o grande medo da humanidade é mesmo a solidão. As pessoas têm verdadeira paúra de se sentirem sozinhas. São assombradas dia e noite só de pensar numa existência ímpar, lhes consome o pavor de olhar para o lado e enxergar um vazio físico. 
Não é a toa que fogem pra bem longe das noites frias e domingos chuvosos, optam por sair vagando pela rua fingindo uma completude inexistente, preferindo as más companhias, um bate papo tedioso empurrado com a barriga e alguns copos de cerveja. Tudo, qualquer coisa, menos enfrentar a solidão. Na maioria das vezes, estar cercado de pessoas faz com que a gente se sinta ainda mais solitário. Ocupar o tempo e a mente para evitar conviver conosco é o mesmo que tentar abarrotar um buraco sem fundo que nunca será preenchido. 
A solidão foi, é e continuará sendo a nossa fiel companheira, a única que nos entende e que nos ajuda a compreender a nós mesmos. Não adianta resistir, contestar, correr ou se camuflar no meio da multidão. Somos seres individuais, não estamos grudados ou amarrados à ninguém. E isso, seguramente, tem um significado. Não se iluda. A solidão é fiel, inseparável. Eu acredito que nascemos com ela e morremos com ela, que somos cúmplices em cada segundo. Ela nos assola e nos consola. Mesmo cercados de amigos… Estamos sempre solitários com os nossos pensamentos, percepções e sentimentos. Eu acredito que por isso a solidão é tão apavorante para alguns, porque o silêncio estrondoso do vazio diz quem realmente somos, sem nenhuma máscara ou disfarce. Somos nós e as nossas inseguranças, nossos defeitos que não assumimos nem sob tortura. 
Por isso a maioria corre pra bem longe de si. Contudo, eu digo que a solidão é fascinante e absolutamente necessária. O entendimento da particularidade é o que permite absorver a nossa essência. Sozinhos conseguimos enxergar as nossas debilidades, nossos limites e loucuras. Em unidade podemos, sim, ser felizes, capazes de amar. 
Quem disse que não? Solidão não é sinônimo de infelicidade, de amargura, de escassez de amor. O solitário é aquele que se conhece tão bem ao ponto de preferir a própria companhia antes de qualquer outra. Para conceber o mundo lá fora é preciso entender primeiro aqui dentro. A gente se conhece no exílio para se reconhecer diante dos outros. Somos uma unidade e nos completamos assim.


Poderia suportar tudo...

Eu poderia suportar tudo nesta vida se tivesse amor, mas sem amor eu nada sou.
Eu poderia suportar perder uma perna, ou as duas, perder meu cabelo, meus olhos, se tivesse amor, mas sem ele, eu nada consigo.
Eu poderia suportar firme, aguentar uma doença no sangue, porque existia um amor para me deixar forte, mas sem ele eu não consigo nem levantar da cama.
Eu poderia ficar sem comida, sem água e sem sombra, se tivesse amor, eu estaria bem, mas sem ele, eu não consigo nem olhar pra cima.
Eu poderia suportar ficar sem amigos, sem meus gatos e meus cachorros, se tivesse amor para me abraçar, mas sem ele, eu não consigo nem ver a luz no final do túnel.
Eu poderia ser forte o tempo todo, com meus filhos, mas sem o amor que me acalma, eu nada sou.
Eu poderia olhar várias vezes para a mesma pessoa e ama-la todas as vezes, mas sem amor, eu não consigo nem ver as cores do dia.
Eu poderia perder tudo e recomeçar do zero, mas sem amor, eu não tenho nem coragem de seguir em frente.
Eu poderia cantar junto com um pássaro quando acordo pela manhã, mas sem amor eu não escuto nem sua voz.
Eu poderia tantas coisas com amor, mas sem ele, eu não posso nada, nem viver.



segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Saudades.

Saudades...


Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado, eu sinto saudades...
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância, do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro, do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...
Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo, lembrando do passado e apostando no futuro...
Sinto saudades do futuro, que se idealizado, provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria e nem apareceu; de quem apareceu correndo, sem me conhecer direito, de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!
Daqueles que não tiveram como me dizer adeus; de gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de vislumbre!
Sinto saudades de coisas que tive e de outras que não tive mas quis muito ter!
Sinto saudades de coisas que nem sei se existiram.
Sinto saudades de coisas sérias, de coisas hilariantes, de casos, de experiências...
Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!
Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!
Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,
Sinto saudades das coisas que vivi e das que deixei passar, sem curtir na totalidade.
Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que... não sei onde... para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...
Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades em japonês, em russo, em italiano, em inglês... mas que minha saudade, por eu ter nascido no Brasil, só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.
Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria, espontaneamente quando estamos desesperados... para contar dinheiro... fazer amor... declarar sentimentos fortes... seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples "I miss you" ou seja lá como possamos traduzir saudade em outra língua, nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima corretamente a imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas. E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra para usar todas as vezes em que sinto este aperto no peito, meio nostálgico, meio gostoso, mas que funciona melhor do que um sinal vital quando se quer falar de vida e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis!
De que amamos muito o que tivemos e lamentamos as coisas boas que perdemos ao longo da nossa existência...

Clarice Lispector

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Eu te fiz feliz lembra?


Em dias assim cinza, nublado, chuvoso e triste a solidão se torna pior.
Ainda mais quando não se tem mais ninguém para chamar, quando não existe esperança de dias melhores, nem que a vida vai um dia te trazer novamente a felicidade.
Em dias assim, dormir seria a melhor opção, mas sem essa de acordar para ver o sol depois.
Ainda se a vida é ao longo injusta e triste.
Hoje sou um tanto faz para quem tanto fiz. Onde se tinha um belo amor, e o sorriso ao acordar.
Não escuto mais aquela voz e de longe vou ouvir, ela me abandonou.
Quem acreditou no pra sempre, fui somente eu.
Que dia triste, que dia infeliz.
Que vida decepcionante, que vida cruel.
Que capacidade eu tenho de seguir, se não existe amor?
A mesma que eu tenho de não querer levantar do chão.
Obrigada pela dor, pelo amor, pela solidão. Era o que eu precisava para não querer viver.
Que vida triste, que dia infeliz!
Foi você, fui eu... quem Não fiz.

"Muito presunçoso da minha parte, não é? Achar que eu podia fazer diferença na vida de alguém que nem conhecia."