quinta-feira, 9 de julho de 2015

Parte da gente.



Entrei um trem hoje que não vai para lugar algum, que não me alegra, nem me satisfaz, apenas segue seu caminho.
Encontrei uma flor na estrada, ela estava murcha e sem cor, sem perfume e sem nada que me faça feliz.
Olhei para o céu e ele estava cinza, frio e nenhuma ave apareceu para deixar seu bom dia.
Conversei com uma amiga, e ela não fez nada para me sentir melhor, não me acolheu, não me abraçou, nem lembrou das vezes que eu a fiz sorrir.
Escutei  uma música e ela me fez chorar, não me ajudou a levantar, não me conquistou, mas deixou eu sentar em um canto e chorar.
Suas palavras invadiram e me acalmaram, meu coração ainda dói mas a dor está passando.
E o Trem seguiu seu caminho, desviou de alguns abismos, acolheu algumas pessoas, deixou outras e continuou sendo o mesmo.
Procurei a beleza na natureza e não pude enxergar nada além de um frio congelante, nenhum sinal de vida, nem alegria, nem ninguém.
Tentei descer do trem e pegar um ônibus menor, mais pessoas, menos frio, menos triste, mas consegui não encontrar, ele já tinha passado e o próximo demoraria mais uma vida inteira para voltar.
Sentei em um banco, encostei minha cabeça sobre os joelhos e adormeci em um sonho lindo, irreal, cheio de fantasia e muita alegria, pude então ser feliz. Cantei, pulei e me diverti como ninguém, mas quando acordei estava sozinha novamente, e agora na escuridão da noite.
Lembrei das vezes que estive em paz, fiz uma oração e esperei o próximo ônibus passar, mesmo que demore, mesmo que seja a vida inteira.



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