sábado, 16 de maio de 2015

Only words bleed!


– Ela acabou de mandar mensagem… “Ooi! Vai fazer alguma coisa sexta?”. Legal!
– E aí, não vai responder?
– Agora? Tá maluco? Claro que não.
– Você tá muito ocupado pra responder agora?
– Não, cara. Mas você nunca pode responder mensagem rápido. Tem que deixar ela na vontade, ansiosa, te esperando. Sem saber se a resposta é boa ou ruim, ou se você vai ou não responder!
– Isso é extremamente idiota, sabe disso, né?
– Idiota…mas eficiente!
E ele tem razão, funciona.

Todo mundo já entrou em joguinho alheio. Ou já praticou.
Tem quem goste e tem quem acha chato.
Tem quem faz propositadamente, e tem quem nem percebe mas está jogando também.
Mas ruim mesmo é ver que essas coisas funcionam com algumas pessoas.

Já ouvi várias pessoas dizendo que faz parte do charme. Que a demora em responder uma mensagem, retornar uma ligação ou marcar um encontro faz parte da conquista.
Sério?
E eu achando que parte da conquista era você ser uma pessoa interessante, saber conversar, ser sincero, ter bom humor e saber ouvir.
Errei minha vida toda!

É tão fácil ser complicado. É tão fácil reclamar de tudo.
É tão fácil ser complexo e “abstrato”. Aliás, parece que é moda ser abstrato. A simplicidade morreu.
A objetividade não existe faz tempo.

As pessoas dificultam as coisas, colocam empecilhos e barreiras. Mas, já que os joguinhos fazem parte da conquista, não se engane, porque isso quer dizer que ele quer você (ou não)!
Ou de repente isso só significa que você não é uma prioridade agora, ele tem outras (prioridades e pessoas). Ou não! Talvez você seja a prioridade mas ele só está fazendo suspense, um charme. Ou talvez ele apenas esteja muito ocupado, trabalho e faculdade, cansativo mesmo, mas vai te responder. Mas também pode ser que ele não esteja muito ocupado e só te ignorando. Será? Não! Não pode ser. Ele quer sim, não é? Quer? Acho que sim. Deve querer. Tem que querer. Quem não quer? Ele. É, provavelmente ele não quer. Ou talvez queira. Ele vai responder. Vai sim. Tô olhando aqui, vai responder agora. Não. Deve tá ocupado. Ou não.
Estranho, né? Mas relaxa, vai ficar tudo bem quando ele responder a sua mensagem 3 dias depois.
E você, que não sabe jogar, responde de volta em 15 segundos.
Adivinha quem tá ganhando o “jogo”?

Hoje em dia ninguém diz “sim” ou “não” pra uma pergunta, é sempre um “talvez” ou um “vamos ver” que te coloca na prateleira em espera enquanto ele avalia todas as outras perguntas que vem recebendo. Se aparecer outra pessoa com uma pergunta que o pareça mais interessante, você ganha o “não”. Caso contrário você pode ganhar esse “sim”.
É triste, mas é normal.

Às vezes nem é o caso da prateleira. As duas pessoas querem, estão afim, estão empolgadas, estão explodindo por dentro.
Mas por fora são estátuas da Ilha de Páscoa. Cara de paisagem. Nada está acontecendo.
Cada mensagem trocada é uma tentativa de parecer desinteressado, desdém forçado.
Como se fosse um jogo de poder.

E o mesmo se aplica a quando alguém não quer nada com outro.
Qual a dificuldade em dizer “Olha, não tô afim de sair contigo. Bjo!”?
Ou de falar “A gente pode continuar saindo, mas eu não quero nada sério, sem expectativas então, ok? Ok.”?
Ou ser objetivo e chegar com “E aí, vamos sair hoje? Te busco às 21h. Beijo!”.
E pronto, tá marcado.

Eu penso que a gente precisa de mais “Tô indo aí! Desce em 30 minutos!”.
E menos “Oi, como vc tá? E as 9dades? O que conta de bom? E o trabalho? E a facul? (insira uma enrolação aqui) Quer fazer algo na sexta?”

Se for pra jogar algo, que seja video games juntos.
Ou joguem as roupas um do outro no chão.
Só não vale a pena ficarem com joguinhos quando ser simples e objetivo te leva a coisas muito mais legais e imediatas.
E o melhor, não fere ninguém.

Jogar em relacionamento é uma luta constante sobre quem cede menos, quem demonstra se importar menos e quem aparenta precisar menos.
É uma luta pra decidir qual dos dois é o mais desinteressado interessado. Quem é o mais “cool”.
E, pasme, os dois no final querem a mesma coisa!
Que desperdício de tempo e energia.

Se tiver vontade, diga.
Se não quiser, nega.
Se sentir saudade, chama.
Se quiser sair, convida.
Se está apaixonada, declara.
Se ama, demonstra!

E homens, agradeçam quando uma mulher é direta no que fala e no que quer. Sem mimimi e sem “charme”.
Porque essa aí é rara e especial num meio onde a maioria não sabe o que quer em todos os sentidos.
E alguém que sabe o que quer é alguém com um charme natural.
Dê mais valor, escolha essa guria!


(Hudson Baroni via site Deu ruim)

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